quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eular 2010: vida sexual dos pacientes é afetada pela artrite reumatóide

A artrite reumatóide é uma condição reumática que afeta negativamente as relações afetivas e a vida sexual dos portadores desta doença. Estas foram as conclusões de uma pesquisa francesa apresentada durante o EULAR 2010, o Congresso Anual da Liga Européia Contra o Reumatismo em Roma, Itália”, conta o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).

O estudo frânces – coordenado pela Associação Nacional de Défense contre l'Arthrite Rhumatoïde (ANDAR) revelou uma forte correlação entre a gravidade da artrite reumatóide e seu impacto na vida sexual dos pacientes. Os resultados são frutos da análise de dados de 1271 pacientes – com idade média entre 64 anos, 98% recebendo tratamento – e mostraram que 66% dos pacientes relataram que seus sintomas de artrite reumatóide tiveram um impacto negativo nos seus relacionamentos sexuais e 40% relataram que a doença foi a única razão para não serem sexualmente ativos. Para pacientes sexualmente ativos, os principais problemas físicos provocados pela artrite reumatóide foram a diminuição ou a ausência da libido, relatada por 47%, e dor ou rigidez nas articulações relatado por 24%.

A média dos participantes indicou que a artrite reumatóide tem um impacto de moderado a grave sobre o seu funcionamento físico. Os resultados do estudo também mostraram que, além de problemas físicos e emocionais, sentimentos de culpa e frustração foram relatados por 39% dos pacientes com a doença. Apesar do alto impacto físico e emocional da artrite reumatóide sobre a atividade sexual, 72% dos participantes disseram que nunca tinham falado sobre a influência desta condição em suas vidas sexuais com seu médico. 66% mostraram-se dispostos a resolver esta questão e 62% não consideravam que precisavam de ajuda.

“O estudo francês demonstra claramente que existe uma relação entre a qualidade da atividade sexual e a doença reumática dos pacientes. O que é preocupante é que os doentes, muitas vezes, relutam em abordar este assunto, o que significa que continuam a sofrer, tanto física, quanto emocionalmente. Encorajamos, então, o reumatologista, a iniciar esta conversa com seus pacientes para oferecer apoio para aqueles que podem se beneficiar de uma ajuda especializada”, diz o reumatologista Sérgio Lanzotti.

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